sobre as palavras
as manhãs cobriram-se de dedos
são encharcadas pelo estranho ruído
de uma letra que nasce nas suas pontas
assim como estando de frente para frente
com um papel alucinogénico-digital
o escritor transcreve a exacta curva do seu espírito
e com a cabeça sentada sobre este, mergulha
cada vez mais profundamente na palavra e na sua essência de magnólia.
o escritor degladeia-se com a palavra. luta com esta tão intensamente
que de frente para o espelho, vê uma faca a talhar o sangue e a carne,
escolhendo e arrancando as palavras soterradas no corpo
pois o escritor já não tem pele
não precisa de pele,
o escritor veste-se de palavras, como um vício
ou uma extensão do corpo, ou da alma.
irrita-se por não encontrar a palavra certa
e num gesto brusco
atira as outras para o chão.
-malditas, eu hei-de vencer.
e o escritor vai caindo e levantando-se
vencendo e perdendo
até alcançar o
Fim.
são encharcadas pelo estranho ruído
de uma letra que nasce nas suas pontas
assim como estando de frente para frente
com um papel alucinogénico-digital
o escritor transcreve a exacta curva do seu espírito
e com a cabeça sentada sobre este, mergulha
cada vez mais profundamente na palavra e na sua essência de magnólia.
o escritor degladeia-se com a palavra. luta com esta tão intensamente
que de frente para o espelho, vê uma faca a talhar o sangue e a carne,
escolhendo e arrancando as palavras soterradas no corpo
pois o escritor já não tem pele
não precisa de pele,
o escritor veste-se de palavras, como um vício
ou uma extensão do corpo, ou da alma.
irrita-se por não encontrar a palavra certa
e num gesto brusco
atira as outras para o chão.
-malditas, eu hei-de vencer.
e o escritor vai caindo e levantando-se
vencendo e perdendo
até alcançar o
Fim.
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