os pássaros
I
os pássaros são palavras vivas
nos ramos da língua
a língua escreve os pássaros nas mãos
e as mãos (qual matéria virgem pendurada no vento)
ganham asas, arrastam consigo
os pensamentos embrulhados no espírito
levam tudo em seu regaço
II
os passáros sacodem o orvalho
das manhãs descalças,
peregrinas de Deus,
fazem-nas brilhar como se mil mulheres
lhes parissem no ventre
cuidam para que os pássaros voem nas
cabeceiras dos homens
e nidifiquem nos seus ouvidos
III
os pássaros são palavras vivas
por vezes caídas-mortas furtivamente
no chão florestal de uma memória antiga
mas os pássaros
nascem nos ramos da língua
e a língua ainda que só
nunca cai de joelhos rendida.
os pássaros são palavras vivas
nos ramos da língua
a língua escreve os pássaros nas mãos
e as mãos (qual matéria virgem pendurada no vento)
ganham asas, arrastam consigo
os pensamentos embrulhados no espírito
levam tudo em seu regaço
II
os passáros sacodem o orvalho
das manhãs descalças,
peregrinas de Deus,
fazem-nas brilhar como se mil mulheres
lhes parissem no ventre
cuidam para que os pássaros voem nas
cabeceiras dos homens
e nidifiquem nos seus ouvidos
III
os pássaros são palavras vivas
por vezes caídas-mortas furtivamente
no chão florestal de uma memória antiga
mas os pássaros
nascem nos ramos da língua
e a língua ainda que só
nunca cai de joelhos rendida.
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