titless
esta necessidade de estender
os dedos na luz é premente como
a vontade de fazer crescer as
manhãs como árvores ou pedestais
vivos sobre as cabeceiras.
e pergunto-me: porque escrevo?
senão para me envolver, nem que seja
por hiatos de tempo intermitentes num
halo de luz importado de Paris.
sim, porque escrevo? se no fim
quase tudo sobra de mim, como aquelas
palavras-quadros coladas numa qualquer
parede-cinza, face a face com a vereda
mais movimentada da memória.
e se não fosse as manhãs nas cabeceiras
o que haveria de mim para contar
senão uma estória monocórdica,
encontrada algures entre a neblina
da noite levantada, hirsuta.
como diria o velho deitado nas folhas do outono
-são coisas, coisas.
os dedos na luz é premente como
a vontade de fazer crescer as
manhãs como árvores ou pedestais
vivos sobre as cabeceiras.
e pergunto-me: porque escrevo?
senão para me envolver, nem que seja
por hiatos de tempo intermitentes num
halo de luz importado de Paris.
sim, porque escrevo? se no fim
quase tudo sobra de mim, como aquelas
palavras-quadros coladas numa qualquer
parede-cinza, face a face com a vereda
mais movimentada da memória.
e se não fosse as manhãs nas cabeceiras
o que haveria de mim para contar
senão uma estória monocórdica,
encontrada algures entre a neblina
da noite levantada, hirsuta.
como diria o velho deitado nas folhas do outono
-são coisas, coisas.
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